JEREMY BENTHAM

JEREMY BENTHAM
"NATURE HAS PLACED MANKIND UNDER THE GOVERNACE OF TWO SOVEREIGN MASTERS, PAIN AND PLEASURE. IT IS FOR THEM ALONE TO POINT OUT WHAT WE OUGHT TO DO, AS WELL AS TO DETERMINE WHAT WE SHOULD DO." (J. Bentham)

sábado, 5 de janeiro de 2013

TEMA 5. JOHN STUART MILL E O UTILITARISMO

Caros alunos,
Depois de ler o texto: “Utilitarianism”, de John Stuart Mill, disponível em:
Elabore seus comentários e envie para o Blog. Vc. tem até as 24:00hs. do dia 18 de março para realizar essa tarefa.


25 comentários:

  1. “According to the Greatest Happiness Principle, as above explained, the ultimate end, with reference to and for the sake of which all other things are desirable (whether we are considering our own good or that of other people), is an existence exempt as far as possible from pain, and as rich as possible in enjoyments, both in point of quantity and quality; the test of quality, and the rule for measuring it against quantity, being the preference felt by those who in their opportunities of experience, to which must be added their habits of self-consciousness and self-observation, are best furnished with the means of comparison. This, being, according to the utilitarian opinion, the end of human action, is necessarily also the standard of morality; which may accordingly be defined, the rules and precepts for human conduct, by the observance of which an existence such as has been described might be, to the greatest extent possible, secured to all mankind; and not to them only, but, so far as the nature of things admits, to the whole sentient creation.” (Mill, “Utilitarianism”)

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  2. "A state of exalted pleasure lasts only moments, or in some cases, and with some intermissions, hours or days, and is the occasional brilliant flash of enjoyment, not its permanent and steady flame. Of this the philosophers who have taught that happiness is the end of life were as fully aware as those who taunt them. The happiness which they meant was not a life of rapture; but moments of such, in an existence made up of few and transitory pains, many and various pleasures, with a decided predominance of the active over the passive, and having as the foundation of the whole, not to expect more from life than it is capable of bestowing. A life thus composed, to those who have been fortunate enough to obtain it, has always appeared worthy of the name of happiness. And such an existence is even now the lot of many, during some considerable portion of their lives. The present wretched education, and wretched social arrangements, are the only real hindrance to its being attainable by almost all."(Mill, "Utilitarianism")

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  3. “o teste de qualidade, e a regra para medi-lo contra a quantidade,sendo a preferência sentida por aqueles que em suas oportunidades de experiência, para que deve ser adicionado os seus hábitos de autoconsciência e auto-observação, são os melhores equipados com os meios de comparação. Este, sendo, de acordo com a opinião utilitarista, o fim da ação humana, é necessariamente também o padrão de moralidade, o que pode ser definido de acordo, as regras e preceitos para a conduta humana, pela observância de uma existência que, como tem sido descrito poderia ser, na medida do possível,garantidos para toda a humanidade;. e não apenas a estes,mas, tanto quanto a natureza das coisas admite, a toda a criatura senciente “
    “"Um estado de prazer exaltado dura apenas momentos, ou em alguns casos, e com alguns intervalos, horas ou dias, e é o flash brilhante ocasionais de prazer, e não sua chama permanente e estável. Desse filósofos, o que ensinaram que a felicidade é o fim da vida foram tão plenamente consciente do que aqueles que zombar deles a felicidade que eles queriam dizer não era uma vida de êxtase “
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    Stuart Mill ressalta, no começo da citação, a importância de se observar a qualidade do prazer, não só a quantidade, mostrando a existência de prazeres mais valiosos que outros.No final da citação,o filósofo inglês fala que essa regra não é só para a humanidade, mas para toda criatura senciente. Estaria Mill insinuando o utilitarismo para os animais? Se sim, isso é um grande avanço, uma vez que em sua época ainda era discutida a humanidade dos negros, enquanto ele já trabalhava questões de utilitarismo aplicado aos direitos dos animais.
    A segunda citação fala sobre a questão da “alegria” e da “felicidade”. Alegria seria o aspecto momentâneo da felicidade, enquanto a própria felicidade (alegria permanente) seria impossível em si. Portanto, só nos resta aproveitar a alegria e esquecer essa busca infundada pela felicidade.
    Com esta nova perspectiva, o ideal seria maximizar as alegrias de melhor qualidade possível e não buscar algo tão utópico como a felicidade. Vale ressaltar que nossas alegrias estariam relacionadas com as alegrias de outras pessoas, o que geraria o compromisso social de todos com a maximização da alegria.

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  4. “É preferível ser um homem insatisfeito a um porco satisfeito; é preferível ser Sócrates insatisfeito a um imbecil satisfeito.” MILL, John Stuart.

    Bentham, como primeiro autor utilitarista, advoga a noção de um “cálculo felicífico”, onde a felicidade, entendida como prazer, será traduzida (estritamente) como algo quantitável- pois que a felicidade, o bem se torna o valor resultante do prazer e/ou da dor que tal ação produz no final de uma equação; cujas variáveis do cálculo (intensidade, duração, certeza, proximidade, fecundidade, pureza e extensão) nos ensinam como estimá-las. Mill, se rebelando contra o mestre Bentham, diz o quanto esta idéia do “cálculo felicífico” de Bentham repousava numa visão estreita da natureza humana.

    Pois que Mill irá se rebelar contra a pobreza psicológica da teoria de Bentham e sua simplificação da complexidade que é a vida humana feliz. Para exemplificar a dureza quantitativa com que Bentham tratava o mundo, este via algo como a poesia de quase todo inútil. Em sua célebre frase Bentham irá dizer “Push-pin is as good as poetry”. Mill, vivendo sob os ensinamentos benthamitas, discordava desta noção de que a natureza humana só tinha propensões a acolher os prazeres úteis duros, quase mecânicos, pare se beneficiar, como Bentham propõe, sem os distinguir nas suas espécies de prazeres “mais desejáveis”, distinção que só uma avaliação qualitativa pode levar em conta. Mill introduz então a noção de que há prazeres “melhores” que outros, que certamente o homem que cultiva a poesia ou a arte será melhor, terá mais prazer, que o homem que cultiva tinta ou quadros. Todavia não faz isso se desvencilhando totalmente de Bentham, apenas aplicando certo juízo de gosto que faltava a seu duro mestre e a sua teoria útil. E certamente seu mestre reclamaria do quanto esta distinção ter ficado pouco explicíta.

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  5. Trata-se do princípio que pretende maximizar o prazer e reduzir a dor ou buscar a ausência de dor intensificando o prazer.
    Muito críticos dizem que o utilitarismo é um princípio que exclui Deus quando aplicado. No entanto, isso não é verdade, pois o utilitarismo inclusive reforça e aumenta a presença religiosa em sua aplicação.
    O utilitarismo não necessariamente proporciona o prazer ao indivíduo que pratica uma detrminada ação, mas busca maximizar o prazer para o maior nº possível de pessoas envolvidas na ação.
    Alguns tipos de prazer podem ser mais valiosos e desejáveis que outros e isso é perfeitamente aceitável. De qualquer forma, a qualidade do prazer é tão levada em conta quanto a utilidade.
    Uma pessoa mal-humorada, velhaco, estúpida, entre outras situações, não podem ser feliz diante de suas atitudes grosseiras ou aplicar o princípio de utilidade à sua vida.

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  6. Quanto ao Tema: "John Stuart Mill e o Utilitarismo" podemos atentar ao fato de que para J. S. Mill quando se trata se medir o grau de prazer que algo por ventura proporcionará, seria mais interessante fazer uma análise qualitativa do que uma análise quantitativa dos fatos. Mais do que um simples cálculo felicífico dado à partir de variáveis estáveis seria benéfica uma auto análise embasada em princípios como os citados: o de auto-consciência e auto observação, onde os padrões de moralidade seriam dados a partir da observância da conduta humana. Mill considera o prazer algo passageiro o que é perfeitamente aceitável devido nossa própria experiência como seres humanos. Portanto, como algo efêmero a quantidade de momentos felizes seria algo mais provável do que a eternidade de uma sensação.

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  7. Mill nos leva a uma nova perspectiva do Utilitarismo. Muitas de suas ideias continuam conformes às dos outros autores estudados, especialmente a de Bentham e a sua noção de ‘Greatest Happyness’. Mas não se pode afirmar que os dois autores concordam em tudo e os novos aspectos trazidos Mill divergem da teoria benthamiana. Ao contrário de Bentham, para Mill, os prazeres podem ser divididos qualitativamente entre maiores e menores. Estes prazeres são preferíveis aqueles e a atitude moral é aquela que se orienta por maximizar os prazeres – e obviamente com uma preferência pelos prazeres maiores.

    A divisão proposta aceita os prazeres intelectuais e morais, além dos físicos. Interessante nisso é que confusões são evitadas e críticas são contornadas; um grande problema de uma teoria hedonista da moralidade, é que ela parece ser mesquinha, por valorizar o prazer, que é normalmente tomado como algo puramente físico. A valorização dos maiores prazeres traz à teoria uma primazia da qualidade sobre a quantidade dos prazeres.

    É o prazer que continua a nos orientar, como afirmou Bentham, o ‘Nature has placed’ continua valendo, mas agora orientamos-nos pelo que é mais agradável ao intelecto ou ao coração. A arte e o conhecimento também nos felicitam e a maior felicidade está em maximizá-las, o que consiste em elevá-las ao máximo para cada indivíduo. Socialmente essa ideia é válida, pois Mill está falando de agirmos conforme nossas atitudes propiciarem os maiores prazeres a todos os ingressantes. A felicidade e os bens não serão todos contados e distribuídos entre cada membro da sociedade, mas sim, haverá uma postura para que cada um possa ter o máximo de cada bem – material ou intelectual.

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  8. Como sou um dos encarregados de fazer uma exposição do texto na próxima aula, fiz um fichamento estrutural do texto para compreende-lo melhor. Talvez seja útil publica-lo aqui, então o farei.
    Além disso, neste link http://www.utilitarianism.com/mill2.htm
    encontra-se o texto completo em inglês, que é mais agradável de ler que a versão traduzida.

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  9. 1 - Mill Explicita seu desprezo pela suposição de que os utilitaristas pensam a utilidade como algo oposto ao prazer, e também por aquela de que os utilitaristas defendem apenas os prazeres imediatos.
    - Segundo Mill esses não são os dignos adversários do utilitarismo, mas sim pessoas que sequer estudaram atentamente as teorias que levam em conta o principio da utilidade, e tem uma opinião presunçosa sobre os próprios preconceitos.
    - Para qualquer um que estudou algum dos utilitaristas fica claro que a utilidade não é tratada por eles como no senso comum.
    2 - Mill explica que o principio de utilidade sustenta que uma ação é boa se resulta na felicidade e ausência de dor, e é má tem o resultado contrário.
    - Mill afirma que para definir bem essa posição moral há uma análise complexa a ser feita, sobretudo a cerca de quais exatamente são os prazeres e dores, e qual é a flexibilidade da definição.
    - Mas, essa s questões complementares não fogem do princípio central onde essa teoria da moral se apoia, na crença de que apenas o prazer e a fuga da dor são fins dignos da moral – excluindo assim leis morais metafísicas ou o agrado de alguma divindade.
    3 - Stuart comenta que muitos pensadores, muito bem intencionados, costumam recusar o utilitarismo, pois a ideia de que apenas o prazer é o fim da vida - e não algo mais nobre, mais complicado e menos efêmero – os desagrada profundamente.
    - Epicuro e seus seguidores eram frequentemente comparados a porcos por defenderem semelhante ideia, assim como autores modernos.
    - Epicuro defendia que o sentido da vida é alcançar o prazer e evitar a dor, e devemos fazer uso da razão e da prudência para manter o estado de felicidade e impedir que prazeres se tornem transtornos.
    4 - Mill comenta que os epicuristas se defendiam dizendo que aqueles que degradam a vida são o que supõe que o ser humano desfruta apenas dos mesmos prazeres que os porcos, ignorando o fato de que a felicidade para o ser humano envolve também sua racionalidade.
    - Segundo o autor faltaram na teoria epicurista elementos estoicos e cristãos, mas ninguém pode sustentar que algum epicurista tenha desprezado completamente o intelecto em favor dos prazeres corporais.
    - Entretanto, os utilitaristas até então haviam considerado o aspecto intelectual dos prazeres apenas como, por exemplo, ferramenta para a duração e estabilidade da felicidade e não pela qualidade intrínseca dessa felicidade intelectual. Para Mill, é fundamental considerar a qualidade dos prazeres, e não apenas a quantidade.
    5 - Se de dois prazeres, a grande maioria dos indivíduos escolheria um deles, sem nenhuma espécie de obrigação, e não abriria mão do prazer em troca de quaisquer outros, fica claro que esse prazer é de qualidade superior e que a qualidade supera a quantidade.
    6- Nós preferimos prazeres que afetam nossas faculdades superiores. Poucos seres humanos aceitariam perder essas faculdades superiores em troca de um aumento nas capacidades físicas. Um sujeito inteligente jamais aceitaria ser um “tolo feliz”, pois há uma qualidade superior nos prazeres do intelecto. Podemos pensar que isso se dá por conta de nosso desejo de liberdade ou de nosso orgulho, por exemplo. Mas para Mill o aspecto fundamental é a dignidade, que é desejável a todos sob uma forma ou outra.
    7- Segundo Mill a oposição entre sabedoria e felicidade provém da falta de distinção entre felicidade e contentamento. Um sujeito ignorante parece mais feliz porque é menos exigente e assim se contenta com pouco. O sábio é difícil de contentar, mas aprende a tolerar as suas insatisfações e a conseguir o tanto de felicidade que pode, e não inveja o ignorante, pois sabe que este é simplesmente inconsciente da sua miséria.

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  10. 8 – Mill comenta que alguém poderia questionar como podem tantos sujeitos capazes de prazeres mais nobres caírem na tentação dos prazeres mais simples. Segundo Mill o ser humano costuma cair na tentação do mais próximo e imediato, mesmo tendo em mente o que é mais nobre.

    9- Outro problema são os casos onde sujeitos aspiram o mais nobre com tanto entusiasmo que se perdem nele se tornando indolentes e egoístas. Mas para Mill isto resulta de uma perda na capacidade para os prazeres das faculdades superiores, e não de uma escolha voluntaria. É difícil manter essa atenção aos prazeres intelectuais, e o contexto social geralmente enfraquece essa capacidade e no oferece oportunidades para seu exercício.

    10- Mill afirma que não há porque questionar que o juízo intelectual sobre a qualidade e até mesmo sobre a quantidade dos prazeres merece plena confiança. Mill comenta que os prazeres e dores são, na verdade, sempre heterogêneos e que é o apelo para as faculdades superiores que deve servir como parâmetro – contrariando assim a noção de prazer puro de Bentham.

    11- Mill afirma que a aceitação do utilitarismo resiste até mesmo sem o argumento do parágrafo anterior, pois o utilitarismo defende a maior felicidade como um todo e não para um único indivíduo – assim, mesmo que alguém questionasse se a dignidade beneficia o sujeito digno, não poderia questionar que a nobreza de um sujeito beneficia o todo. Mill afirma que a tese de que o utilitarismo beneficiaria o indivíduo por acidente, pois visaria à nobreza apenas como beneficio coletivo é um absurdo que dispensa refutação.

    12- O principio da maior felicidade enuncia que o fim da existência humana é procurar a felicidade e evitar a dor, e este principio é a base para as elaborações morais. Além disso, decidimos sobre a qualidade de um prazer considerando opções e observando quais opções os indivíduos fazem.

    13- Contra essa doutrina existe a deontológica, que pressupõe que não é possível medir a felicidade humana daquela forma, e que a nobreza humana está além da felicidade. Devo dizer que na minha visão Kant, por exemplo, tentou determinar a lei moral – o ponto fixo universalmente – e permitir que a felicidade seja livre e circunstancial, e não desprezar a felicidade. A felicidade não foi objeto principal de sua obra porque para ele ela não pode ser determinada racionalmente e a tentativa resultaria em um dogmatismo.

    14- A primeira objeção poderia ser a de que nenhuma felicidade é partilhada por todos os humanos. Mill afirma que mesmo assim o principio de utilidade resistiria, pois também postula a fuga da dor, e a dor absoluta é bem mais tangível. Mill continua dizendo que os utilitaristas não defenderam uma felicidade constantemente intensa, mais sim uma série complexa de prazeres, e o fato da felicidade não manter-se no clímax não deve ser motivo de preocupação.

    15- Outra possível objeção é a de que talvez se decidíssemos que a felicidade é o principio absoluto, não nos contentaríamos com o que temos. Mas para Mill o contentamento é afetado pela tranquilidade e pela animação. Com a tranquilidade, podemos nos contentar com pouco, e com animação, até os infortúnios podem trazer benefícios. Segundo Mill um intelecto desenvolvido encontra fontes inesgotáveis de ânimo, já que existem tantos objetos para estimular a curiosidade.

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  11. 16- Segundo Mill todo indivíduo minimamente saudável tem pré-disposição para esse interesse intelectual e para se importar com os outros e com a vida pública, e a não ser que seja impedido por uma sociedade corrupta, o sujeito irá efetuar seu potencial de ter uma vida invejável. A dificuldade está no embate com os obstáculos externos, mas para o autor nenhum desses obstáculos é indestrutível. Ele exemplifica dizendo que até a doença pode ser atenuada com uma boa base de conhecimentos.

    17- Mill insiste na possibilidade de superar os males e comenta que muitas vezes as mentes nobres tiram prazer do próprio embate com as adversidades.

    18- Mill comenta a tese de que podemos ou devemos viver sem felicidade. Ele afirma que na verdade a maioria da população o faz involuntariamente, e há muitos virtuosos que o fazem por opção. Mas qual seria o propósito dos heróis e mártires? Não seria evitar o sacrifício de outros? A virtude em detrimento da felicidade, para Mill, não é nada além de garantir a felicidade alheia a todo custo, até mesmo com o próprio sacrifício.

    19- Mill afirma que apenas em um mundo muito distorcido alguém pode se sacrificar de tal forma, e admite que enquanto tal distorção durar a habilidade de se sacrificar seja a maior virtude, e a única forma de resistir ao azar e trazer o possível de felicidade.

    20- O utilitarismo admite o valor de se sacrificar por um bem maior, mas não admite o sacrifício em si como um bem.

    21- Mill ressalta que para o utilitarismo a felicidade é algo coletivo, e comenta que os princípios de Jesus de Nazaré elucidam bem o principio utilitarista; Amar o próximo como a si mesmo, fazer ao próximo o que você desejaria que fizessem por você. Além disso, o autor afirma que educação deveria ensinar os sujeitos a sempre associar a felicidade própria com a coletiva e comenta que se os opositores do utilitarismo entendessem o verdadeiro caráter da teoria não existiria outra preferência.

    22- Mill comenta que os opositores do utilitarismo nem sempre são levianos, e comenta que alguns desses opositores dignos costumam criticar o otimismo do utilitarismo em relação à natureza humana, mas para o autor isso provém de uma confusão. O objetivo da ética é nos dizer quais são nossos deveres, mas nenhuma ética pressupõe que agimos apenas pelo dever. Além disso, para Mill os utilitaristas foram pioneiros em compreender a possibilidade de fazer o moralmente correto por motivos extramorais.

    23-Mill afirma que sobre as ações feitas por obediência moral, é um engano supor que o utilitarismo defende que pensemos exclusivamente na coletividade. Na verdade a maioria das boas ações são feitas de modo individualista, mas a felicidade é multiplicada a partir de tais ações. O caso onde o sujeito tem imediato poder sobre a coletividade do bem é raro, mas para Mill qualquer sujeito inteligente é capaz de projetar as consequências de seus atos em uma escala maior.

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  12. 24- Mill comenta outro engano dos opositores do utilitarismo. Muitas vezes supõe-se que o utilitarismo torna os indivíduos frios e consequencialistas. O autor afirma que se isso é uma objeção porque o utilitarismo ignora as qualidades do ser humano que age e considera apenas as ações, então ela deve ser feita a todos os sistemas éticos, pois nenhum sistema conhecido considera que uma ação é boa ou má porque é feita por um sujeito bom ou mal. Além disso, o sujeito tem sim relevância, mas apenas para a determinação da qualidade sujeito, e a distinção é importante, pois uma ação boa pode ser feita por um sujeito mal, e a estimativa feita sobre o sujeito irá melhorar nesse caso. O utilitarismo, segundo Mill, não é de forma alguma incompatível com esse tipo de consideração.

    25- Outra objeção é a de que o utilitarista que se foca exclusivamente na doutrina se torna insensível a outras belezas da humanidade, e Mill o admite, mas explica que isto é um traço de qualquer outra doutrina e que entre os utilitaristas existem diversos graus de rigor ou de concessão.

    26- Segundo o autor existem algumas objeções vulgares que devem ser citadas. Uma delas é a de que o utilitarismo é uma doutrina necessariamente ateísta. O autor explica que se considerarmos um Deus benevolente que criou uma obra benevolente, então o utilitarismo é mais religioso que qualquer outra doutrina, e que se Deus determinou certas leis o utilitarista certamente trabalhará em uma teoria que vai de acordo com essas leis – Podemos pensar na “natureza” de Bentham como obra de Deus.

    27- A utilidade é frequentemente estigmatizada como um principio que propicia os sujeitos a usarem os demais como instrumentos do próprio interesse. Mas para Mill tal tipo de conduta traz a infelicidade, não a utilidade. Por exemplo, para se livrar de uma situação ruim um sujeito pode mentir, e assim supostamente se beneficiando com a ilusão alheia, mas na verdade a mentira traz a infelicidade, pois torna o sujeito culpado e pouco confiável.

    28- Também questiona-se se é possível fazer o calculo de utilidade o tempo todo, se há suficiente tempo para pensar. Essa objeção seria possível se não existisse a possibilidade de experimentos prévios, anteriores ao momento de ação.

    29- Não se deve supor que se admitíssemos o principio de utilidade não seriamos capazes de determinar o que é e não é útil em particular, se supormos que existe um mínimo de intelecto na população. Um corolário da tese utilitarista é que as concepções de utilidade estarão sempre em processo de aperfeiçoamento.

    30 – O fato de supor que a felicidade é o objetivo final – que admite alguma relatividade nos meios – não significa que não podemos estabelecer diretrizes secundárias. Mill comenta que é de fato impossível não se basear nessas diretrizes secundárias.

    31-O resto dos argumentos contra o utilitarismo consiste em acusações relacionadas a vícios humanos. Os críticos supõe que um utilitarista poderia distorcer o princípio de utilidade de acordo com sua necessidade. Mas qualquer outro sistema ético pode ser distorcido, e todo sistema ético honesto tem pontos de flexibilidades que podem ser utilizados de maneira maliciosa. Mas isto não é uma dificuldade do utilitarismo, mas sim da complicada natureza humana. Ao longo de todo texto, além de elogiar o utilitarismo e rebater críticas, Mill mostra que o utilitarismo é um sistema ético tão valoroso quanto qualquer outro, e passa longe de ser uma espécie de “ética de porcos”.

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  13. Não sei se é adequado eu me servir despudoradamente de um comentador para meu comentário, em vez de refletir e elaborá-lo eu mesmo. Porque meu estudo dos utilitaristas não se tem resumido à literatura primeira, seria falso se eu fizesse parecer que são pensamentos meus os que não são. De qualquer modo, isto me pareceu esclarecedor o suficiente para merecer estar postado aqui, e eu sinceramente não creio que tenha algo a lhe acrescentar.

    O trecho é de SCARRE, Geoffrey. Utilitarianism. Londres: Routledge, 1996, pp.93-94.

    "(...) the distinction between superior and inferior pleasures was not an original discovery of Mill’s, though it is often popularly represented as his most striking innovation in utilitarian theory. The distinction had always been deeply embedded within the utilitarian tradition, and Mill himself correctly ascribes it to the Epicureans. To be sure, Mill added that the superiority of mental over bodily pleasures consists in more than merely such ‘circumstantial advantages’ as the greater ‘permanency, safety, uncostliness, etc.’ of the former which the Epicureans had stressed; and some commentators have taken this to mean that Millian higher pleasures possess some kind of non-utilitarian value which is absent in lower ones. This interpretation, however, is quite uncertain; Mill may simply have meant that higher pleasures, apart from their ‘circumstantial advantages’, are also more deeply pleasing pleasures than the rest. But it is notable that almost all the [utilitarian] writers (...) have believed some pleasures to be more worth seeking than others; and most (like Mill) have valued intellectual and aesthetic pleasures, and the pleasures of sympathy, more highly than those of the ‘animal appetites’. Even Bentham, though he undervalued the pleasures of the imagination, thought intellectual pleasures generally greater than bodily ones (John Stuart Mill’s education was intended to turn him into a scholar, not a playboy). Mill’s own way of explaining the higher-lower distinction is foreshadowed most closely by Hutcheson, who anticipated his criterion for determining the place of pleasures in a qualitative hierarchy. Both men believed that the most worthy pleasures are the ones, whichever they may be, which the most competently equipped judges prefer."

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  14. Bem, só para não passar em branco, uma adição minha. Scarre nota que "Mill may simply have meant that higher pleasures, apart from their ‘circumstantial advantages’, are also more deeply pleasing pleasures than the rest". Não me parece haver dúvida de que era isso mesmo que Mill pretendia sustentar, pois as "vantagens circunstanciais" referidas por Scarre ("the greater ‘permanency, safety, uncostliness, etc.’) são, parece-me, todas redutíveis, de um modo ou de outro, às variáveis já consideradas por Bentham -- e, portanto, quantificáveis. Mas o que Mill pretende é justamente evidenciar um suposto traço do prazer que NÃO é quantificável. Portanto, e por mais inverossímil que isto seja, creio que não há outra interpretação possível senão admitir que Mill estaria, SIM, afirmando que "existem prazeres qualitativamente mais prazeirosos" -- seja lá o que isso possa significar.

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  15. John Stuart Mill em seu texto sobre o utilitarismo nos apresenta uma teoria da moral mais refinada e elaborada, aprimorando conceitos e ideias de seus antecessores e combatendo inúmeras críticas sofridas pela doutrina utilitarista ao longo dos tempos.

    Um dos principais pontos de defesa do utilitarismo apontado por Mill diz respeito às críticas sofridas em relação à valorização dos prazeres. Segundo Mill, os adversários do utilitarismo se enganam ao dizerem que a doutrina se assemelha a uma “ética de suínos” porque, para o autor, isto seria reduzir os prazeres humanos aos prazeres dos animais. Para Mill os humanos possuem prazeres superiores, entre eles (e principalmente) estão os prazeres intelectuais.

    Devo admitir que após ler este texto de Mill comecei a enxergar o utilitarismo com melhores olhos, porque em suas defesas da teoria, Mill consegue demonstrar como a moral utilitarista possui como foco tanto de suas ações como de seus objetivos a felicidade humana em seus mais elevados níveis e para além da individualidade e do egoísmo.

    Apesar de sua parcela utópica (que Mill reconhece possuir), a teoria utilitarista busca ser um guia para as ações e relações humanas, de modo que, apesar da dificuldade da completa realização de seus ideais, serve com um excelente guia para o bem estar e a felicidade dos seres humanos.

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  16. John Stuart Mill inicia seu texto criticando os que utilizam o termo “utilidade” de maneira informal e restrita opondo-a ao prazer, pois para estes a utilidade seria como teste do correto e do incorreto. O autor estende a sua crítica aos que afirmam que o utilitarismo remete tudo ao prazer, para ele estes são erros absurdos e primários cometidos por uma enormidade de ignorantes. Mill argumenta que quem tem conhecimento sobre o utilitarismo entende que para esta teoria a utilidade é o prazer em si, aliado à ausência de dor.
    Para Mill, a doutrina da moral utilitarista defende que as ações são corretas quando promovem a felicidade, ou seja, o prazer e a ausência de dor, e incorreta quando gera infelicidade, ou seja, dor e privação de prazer. Essa pode ser chamada a doutrina dos porcos, pois um porco se guia da mesma forma, buscando o prazer e fugindo da dor, porém, o autor vai defender que existem níveis de prazeres e o dos humanos são prazeres mais elevados do que o dos porcos.
    “É melhor ser um ser humano insatisfeito do que um porco satisfeito; um Sócrates insatisfeito do que um idiota satisfeito. E se o idiota, ou o porco, têm opinião diferente, é porque apenas conhecem o seu lado da questão. A outra parte da comparação conhece ambos os lados.” Apenas conheço a teoria do Mill pelo capítulo “O que é utilitarismo” do livro Utilitarismo, mas fico com a impressão que ocorre uma elitização do prazer, o autor considera que o maior nível de prazer é reservado a uma elite intelectual, que pensa conhecer todos os outros níveis e por isso sabe que o seu é melhor.

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  17. Lendo o texto de Mill começo a entender melhor algumas idéias do utilitarismo, como por exemplo, a de que o moralmente ético é o que traz felicidade para o maior número de pessoas e esse é o fim da ação humana. No comentário do último texto de Bentham, tinha colocado minha dúvida em relação se o ser humano realmente buscaria a felicidade de todos frente a sua, para mim, Mill esclarece essa questão quando fala que é improvável que o indivíduo (salvo quando necessário) se preocupe com a felicidade de TODA a sociedade, mas certamente se preocupa constantemente com a felicidade de pessoas particulares envolvidas e isso está perfeitamente compatível com o princípio utilitarista, segundo ele “os pensamentos do homem mais virtuoso não precisam ultrapassar os indivíduos particulares envolvidos, exceto na medida que seja necessário certificar-se de que ao beneficiá-los não viola os direitos, ou seja, as expectativas legitimas e justificadas, de ninguém mais”.
    Diferente de Bentham que tentava sistematicamente calcular a quantidade de prazer e dor, Mill expõe que prazeres e dores podem não só ser medidos em quantidade, mas também (e de melhor forma) em qualidade e que existem diferente espécies de prazeres que são entendidas de maneira diferente por cada indivíduo. Acho a visão de Mill sobre o utilitarismo bem mais interessante e mais – a meu ver – próxima a uma visão que consigo conceber sobre ética e ser humano.

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  18. O definição de utilitarismo do Mill, para mim, toma uma rumo muito menos definitivo que o método calculista de Bentham. Sua teoria dá qualidade às ações que dão prazer e de certa forma diminui o "altruísmo" utilitarista quando fala da relação da felicidade para com pessoas próxima além da sociedade como um todo. Além disso, retoma uma certa metafísica, não somente de sua base, com coisas dadas de princípio, mas com relação a qualidade do prazer, principalmente do prazer metal. Parece que ele utiliza de uma certa forma de elitismo para explicar as qualidades de prazeres mentais e físicos, além de separar com isso as ações morais de classes, apelando para a intelectualidade.

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  20. No escrito analisado, vemos que Mill faz uma defesa fervorosa ao seu modo de ver o Utilitarismo. Tão fervorosa, clama que essa definição seja "o que é o utilitarismo".
    A semântica de Mill sobre o que é a felicidade é mais clara que a de seus "antecessores", Bentham e Hume. Mill assevera que felicidade é o alcance dum prazer intencionalmente buscado, e o evitar da dor. A infelicidade, é representado pela dor, e pela privação de prazer. E nós buscamos a felicidade e evitamos a infelicidade - esses são nossos fins.
    Tendo isto posto, a ideia do "Greatest Happiness Principle" tem sua base feita. Tal ideia, coloca que "actions are right in proportion as they tend to promote happiness, wrong as they tend to produce the reverse of happiness.". Isto é, melhor será a ação que apresentar maior valor de felicidade e o menor valor de infelicidade.
    "Mas a melhor ação não seria aquela que busca excelência humana?"- um indivíduo desatento e meio burro pode perguntar. É inútil dizer que exista algo como a "excelência humana" que seja superior à sua busca de prazer. Se você diz isso, tenho certeza que não percebeu que o seu ideal de "excelência humana" lhe confere prazer.
    "Mas como separar prazeres?" - pergunta outro, um pouco mais interessado. Quanto mais você aprender a apreciar e reconhecer o prazer, melhor o prazer será. Seus padrões de prazer podem ser "recalibrados" e certamente, se você não o fizer, não será porque você não o quer, mas porque você não sabe como fazê-lo. Afinal de contas, se você pode sentir mais prazer num determinado comportamento e você não o realiza, só pode ser porque você não pode fazê-lo! Lembre-se: seus fins são a busca da felicidade e o evitar da infelicidade.

    Aqui, cabe uma critica minha aos "prazeres mais prazerosos" de Mill.
    Compreendo que podem haver diferenças qualitativas e quantitativas entre "tipos de prazer". Compreendo que alguns podem ser mais complexos que outros. Compreendo, inclusive, que algumas espécies de seres vivos podem demonstrar um comportamento prazeroso mais complexo do que outras.
    No entanto, assumindo uma maior complexidade de comportamento hedônico, como podemos presumir que o mais complexo é superior que o menos complexo? Será que podemos falar que a prática hedônica do animal humano está da mesma maneira que, por exemplo, a prática medicinal do animal humano? Isto é, a prática medicinal é mais complexa e melhor (melhor no sentido de dar conta duma maior quantidade de problemas) na espécie humana do que em outras espécies conhecidas. Se tal comparação é possível, e os seres vivos estão numa constate busca de prazer e fuga da dor, então existindo ser vivo com menor capacidade de reconhecimento hedônico que a do humano, tal ser vivo não hesitaria em se metamorfosear em humano, se tivesse a chance e compreendesse a situação.
    Mas se tal coisa é verdade, se temos o reconhecimento de "prazeres mais prazerosos", temos também o reconhecimento de "dores mais dolorosas". E, para reconhecer tais dores, temos que, de alguma maneira, passar por elas. Essa dor passada compensa o "prazer mais prazeroso" que é buscado? Talvez possa ser argumentado que a mesma espécie que reconhece "prazeres mais prazerosos" e "dores mais dolorosas", aprendeu a traçar melhores caminhos para encontrar o prazeroso e evitar o doloroso.
    Ainda assim, tal raciocínio pode ser fortemente antropomorfizante e pode ser justamente aí o local onde a análise perde o seu sentido.
    Mas e dái que pode ser antropomorfizante? Podemos analisá-lo, minimamente a fim do debate intelectual de ideias.

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  21. Enquanto Bentham se baseia na sua "calculadora de prazeres", colocando todos num mesmo patamar, Mill introduz uma nova forma de classificar os prazeres: em superiores e inferiores. Esse novo método surgiu para mostrar que existem diferenças entre os prazeres humanos e os dos animais irracionais, sendo não apenas prazeres físicos.

    Agora, somos guiados também por prazeres intelectuais, tais quais as artes, ainda buscando uma máxima felicidade, porém uma felicidade mais refinada e própria do gênero humano. Criou-se essa teoria para que se pudesse rebater as críticas ao utilitarismo, ao ser entitulada "ética de suínos", ditada pelos prazeres da carne.

    Creio que o utilitarismo de Mill é diferenciado ao de Bentham, no que se refere também a forma de pensar, pois tem uma parcela muito mais subjetiva e menos pragmática,um utilitarismo mais bem acabado.

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  22. Remeter o utilitarismo a mera dicotomia prazer-dor é um dos principais argumentos dos opositores do utilitarismo, que também julgam a teoria impraticável. Alguns ainda afirmam que o utilitarismo despreza as formas mais lisonjeiras de prazer, como a beleza, elegância e diversão, e o colocam em posição de superioridade.
    Mas é na teoria da vida que se baseia a moral, ou seja, o prazer e a imunidade a dor são os fins desejáveis, e tudo que é desejável o é pelo seu valor intrínseco.
    Mill propõe a superioridade dos prazeres mentais sobre os prazeres corpóreos. Algumas espécies de prazer são mais desejáveis que outras. A qualidade dos prazeres é mais importante que a quantidade deles. Ou seja, tendo 2 prazeres e um deles sendo o preferido, independentemente da moral, este será o mais desejável.
    Existe uma preferência acentuada pelos prazeres que elevam as faculdades, poucos seres humanos se rebaixariam para aproveitar os prazeres animalescos ou consentiria em ser um tolo. Ninguém em consciência desejaria ser vil e egoísta e ninguém renunciaria o que possui em troca da satisfação completa de todos os desejos, só se pensa nisso em uma situação de completo desespero, mas a dignidade impede o homem de aceitar a posição destinada aqueles de faculdades inferiores.
    Os homens que não exercitam seus gostos intelectuais acabam perdendo a capacidade de apreciá-los e sucumbem a prazeres inferiores.
    Teste de qualidade: é a preferência daqueles que detém os melhores meios de comparação, e é também o padrão de moralidade.

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  23. O utilitarismo desde seu estágio embrionário até os dias de hoje foi/é alvo de críticas constantes, o que é absolutamente normal com qualquer corrente filosófica, diga-se de passagem. Nesse artigo em específico eu senti que Mill já começa com certa arrogância e sangue nos olhos, afinal muitas das críticas vem de pessoas despreparadas, nesse momento da leitura eu me lembrei da passagem em que Hume afirma que está escrevendo para o tipo de interlocutor aberto a novas idéias e não enraizado e tapado nas suas. São situações diferentes, mas eu fico com a impressão que os dois clamam por “adversários” dignos de debates filosóficos; talvez o Pedro se sinta assim de vez em quando.
    J.S.M discorre sobre o que é o utilitarismo, sobre o princípio da utilidade, o prazer, a dor e o epicurismo. Ele estabelece também seu pensamento que dá importância à qualidade, característica que segundo Mill supera a quantidade. Em sua jornada de responder objeções ao utilitarismo ele comenta que os seres humanos mesmo sabendo o quais as escolhas mais nobres, têm uma tendência a optar pelo mais banal, mais imediato.
    O principio de maior felicidade que afirma esta como nosso “fim” também levanta diversas dúvidas as quais Mill responde detalhadamente. Para ele todos os homens podem se importar com os outros, basta mentes fortes, intelectos desenvolvidos, e fortuitamente sociedades não corruptas. Fato é que na prática, a grande maioria das pessoas vive involuntariamente se castrando de coisas que tem o potencial de fazê-las feliz por acreditar que ao não tê-las um bem maior irá provir. Em relação a isso Stuart Mill é claro, o valor de se sacrificar em prol de um bem maior é aceitável, mas nunca o sacrifício em si é visto como um bem no utilitarismo.
    Duas das criticas feitas ao utilitarismo que John Stuart Mill se propõe a responder saltaram aos meus olhos, a primeira de que alguns recusam o utilitarismo por acreditar que o prazer é o “fim” da vida e não algo mais elaborado ou transcendente e a segunda de que alguns opositores costumam criticar o otimismo do utilitarismo em relação a natureza humana. A resposta de Mill nesses casos é em relação a primeira citar Epicuro que dizia ser racional é alcançar a felicidade e evitar dor. Em relação a segunda o fenômeno de muitos não compreenderem que os utilitaristas incorporam a possibilidade de ações moralmente corretas serem frutos de agentes externos extra-morais.
    Mill, por fim, reconhece que a definição do que é útil e do que não é estará sempre em processo e nunca se estabilizará a ponto de ser fixa, ela sempre será passível de aperfeiçoamento. Sobre as várias interpretações que destorcem o utilitarismo Mill é sucinto, diz que qualquer sistema ético honesto pode ser deturpado afinal estamos lidando com a natureza humana, infinitamente complexa; não há sistema algum que seja imune a exceções e casos contraditórios.

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  24. Mill rebate as críticas feitas ao utilitarismo, dentre as quais aquela que de certa forma banaliza o utilitarismo, afirmando que este se trata somente de uma busca por prazer imediato.

    Assim como os demais autores utilitaristas, Mill acredita que vivemos sob domínio dos dois senhores de nossas ações: o prazer e a dor. No entanto, Mill é mais específico que os outros, afirmando que buscamos sempre a felicidade, que é o alcance dos prazeres, e evitamos a infelicidade, que é a privação destes prazeres ou o sentimento de dor.

    Para Mill o prazer pode ser medido a partir de cálculos, e além disto, pode ser medido de forma qualitativa. Com isto quer dizer que existem patamares de prazer, cada um dos quais nos proporciona um diferente nível de felicidade.

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